quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Uso dos antigos Paulistinhas na instrução de voo


Muitos candidatos aos cursos de pilotagem ainda procuram por aeroclubes que operam os velhos CAP-4 e Neiva P-56C Paulistinhas, principalmente com a intenção de gastar menos dinheiro com as horas de voo.
Embora o Aeroclube de Londrina ainda tenha dois Paulistinhas, um CAP-4 fabricado em 1945 e um P-56C fabricado em 1960, esses aviões não são mais usados, e estão destinados ao futuro Museu de Aeronaves de Instrução, que será criado no Aeroclube, por iniciativa do atual Presidente, Coronel Humberto Cavalcante Marcolino.

Por que não usar mais esses aviões, enquanto vários outros aeroclubes ainda os usam? É muito simples, são aeronaves muito antigas que, se sofrerem algum acidente, representarão uma grande perda histórica. Outro problema é a total ausência de um sistema elétrico no avião, o que impede a instalação de transceptores de rádio e transponder, obrigatórios para uso em voos dentro da Terminal Londrina e em praticamente todas as TMAs do Brasil.

Sem sistema elétrico, essas aeronaves simplesmente não podem ser mais usadas em Londrina. Instalar um sistema elétrico. rádio e transponder nesses aviões implica em modificações muito custosas, que necessitam de certificação da SAR da ANAC, o que é inviável financeiramente para uma aeronave tão antiga.

Para o aluno, também não há vantagem nenhuma em voar nos Paulistinhas. Muitos aeroclubes voam essas aeronaves, por baixo preço, mas isso dura geralmente até a revisão geral(TBO) do motor que, devido ao alto custo e raridade das peças, já é bastante complicada. Voar sem usar rádio e transponder, o que só é possível fora das TMA, e sem flap, também não é muito prático para um aluno que pretende voar profissionalmente no futuro. Se for para economizar, é mais prático então voar planador, que vai trazer muito mais vantagens do que "esmerilhar" os velhos Paulistinhas.

Hoje em dia, praticamente todos os candidatos ao Curso de Piloto Privado têm ambições profissionais, já que os que pretendem apenas voar por esporte procuram os clubes de ultraleves que são bem menos burocráticos e mais baratos. Até existem por aí réplicas de Paulistinhas matriculados como ultraleves, mas já equipados com sistema elétrico, rádio, transponder e até aviônica de última geração.

Para o aluno que pretende voar profissionalmente, especialmente na aviação comercial, é melhor voar em um aeroclube instalado em uma grande cidade, para que o mesmo se habitue a voar em meio ao tráfego dos jatos e aeronaves maiores, comunicação rádio com torre, controle de aproximação e ATIS, e saber lidar com aeronaves um pouco mais sofisticadas.

Na foto acima, o CAP-4 PP-HDG, que voou antigamente no Aeroclube de Londrina e que hoje está no Aeroclube de Pelotas, ainda em sua função original.

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