quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Canoense treina falcões para atuar em aeroportos

Animais são utilizados para o controle de pombos, quero-quero e urubus.

Marcos Merker - Diário de Canoas - 4/4/2008

Transformar a paixão de infância pelos falcões em uma atividade comercial foi o que fez o canoense Gustavo Trainini, morador do bairro Rincão Gaúcho. Biólogo formado pela Ulbra, ele percebeu a oportunidade de usar o conhecimento e a habilidade no domínio de aves para investir em um segmento de negócio ainda pouco conhecido no país, o de falcoaria.

O contato com os falcões começou como brincadeira, aos 12 anos, quando Trainini treinava as aves para depois soltá-las. Já na faculdade, ele passou a direcionar sua formação nesse sentido, culminando, em 1999, em uma especialização de três meses no curso de falcoaria para controle de aves em aeroportos, na Argentina. "Decidi (naquela época) que ia implantar este serviço no Brasil. Só demorou porque tive de lidar com as dificuldades de legislação, naturais em atividades com animais", contou. Através da empresa Haya Busa, que em japonês significa "falcão peregrino", Trainini pretende atuar nesta área, que, no país, possui apenas outra empresa atuante, em Minas Gerais.

Em Canoas, Trainini possui quatro animais da espécie falcão de coleira (falco femoralis), com dois anos de experiência em atividade de falcoaria. Todos nasceram em cativeiro e possuem os registros necessários para este tipo de criação. As aves podem viver até 12 anos e têm como principal característica a visão muito boa. "A evolução da natureza as orientou para a caça de aves. As asas, compridas e pontiagudas, permitem manobras aéreas perfeitas e com precisão", destacou. O criador está ampliando a estrutura dos viveiros para a chegada de novosfalcões peregrinos.

A principal função dos falcões é o controle de aves, como pombos, quero-queros, garças, corujas e urubus, em indústrias, aeroportos e bases aéreas. "Nos aeroportos, são usadas equipes de falcões treinados. Diariamente, elas realizam vôos de falcoaria para espantar outras aves, nos intervalos dos vôos comerciais dos aviões." Trainini também oferece seu serviço ao Ibama, na reabilitação de animais oriundos de cativeiros irregulares para devolução à natureza. Um destes hóspedes é o falcão quiriquiri (falco sparverius). "Nesse caso, aplico a técnica de falcoaria para que eles aprendam a caçar, a ter equilíbrio e a realizar vôos livres", disse. O treinamento básico dura cerca de três meses.

Foto: Luciano Bergamaschi/Diário de Canoas

Nota: Tenho essa matéria entre os meus guardados desde 2008 quando saiu no jornal local, chegou a ter destaque nacional, Como estará hoje? Dos urubus, infelizmente, tivemos bastante notícias...

2 comentários:

  1. Parabéns pela iniciativa, matéria muito boa e que nos mostra os bastidores dos aeroportos.
    Realmente tem um papel fundamental na sua segurança, visto a quantidade de acidentes que acontecem com aves.

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  2. Gratos, buscaremos noticias mais atualizadas sobre o assunto. Navegue pelo blog, veja as demais postagens, focadas em torno do Paulistinha e sua trajetória vitoriosa.
    Suas vivências com Paulistinha serão muito benvindas, e se tiver fotos, melhor ainda.
    Grande abraço

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